01/02/17 - Balanço do mercado orgânico em 2016: movimento de R$ 3 bilhões

Em 2016, o mercado nacional de orgânicos aumentou 20% e teve um faturamento estimado em R$ 3 bilhões. Segundo o Conselho Nacional da Produção Orgânica e Sustentável (ORGANIS), o percentual foi menor que os anos anteriores devido à crise econômica que o país vem atravessando. Para chegar a esse valor, foram avaliados os dados disponíveis sobre vendas no varejo e na produção orgânica.

Nas exportações, o grupo composto por 54 empresas associadas ao Organics Brasil, fechou US$ 145 milhões em negócios. Em consequência da oscilação do câmbio, esse valor foi 9,5% menor do que em 2015, mesmo tendo exportado 15% a mais em volume.

“A expectativa é crescer 10% nas exportações em 2017, pois o setor continua em crescimento no mundo todo.”

Ming Liu – Diretor do Organics Brasil

Em 2017, as duas maiores feiras do setor contarão com a participação do Conselho Nacional. A Biofach, que será realizada, em fevereiro, na Alemanha e a Expo West, que acontecerá em março, na Califórnia. Outras feiras também estão previstas para esse ano, entre elas a APAS, em maio, e a Bio Brazil Fair / Biofach América Latina, em junho.

Ming Liu, diretor do Organics Brasil, vê com otimismo as expectativas para o mercado orgânico no Brasil. “Acreditamos que em 2017 ocorra uma melhora no consumo, apesar da retomada lenta da economia. O setor de bem-estar favorece o setor de orgânicos, como demonstra o aumento das feiras locais (mais de 600) e o aumento da oferta de produtos nos supermercados e empórios em todo o país”, explica ele.

Ausência de dados oficiais é um obstáculo a ser vencido

É importante destacar que o Brasil não tem estatísticas oficiais do governo que indiquem o total de exportações de orgânicos.

Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos, mantido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), critica a inexistência de dados estatísticos oficiais sobre o mercado de produção e comercialização de alimentos orgânicos no Brasil. “Não há estatísticas que permitam conhecer, mesmo nas grandes culturas, quanto o Brasil produz e, sem esses dados, fica difícil mensurar o mercado”, afirma Sylvia.

No Brasil, existem algumas iniciativas direcionadas ao mapeamento do setor, como por exemplo, o cadastro dos produtores de orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a criação de um banco de dados de produção orgânica e agricultura familiar, pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), em São Paulo. Mas, essas iniciativas não podem ser consideradas suficientes.

No caso da iniciativa do Mapa, a coordenadora do CI Orgânicos afirma que, por várias vezes, cobrou do governo federal uma análise mais aprofundada dos dados que constam no cadastro de produtores orgânicos. Mas, segundo ela, o avanço tem sido muito lento. “Ainda é difícil, por exemplo, conhecer o total de área produzida pelos orgânicos por estados, e comparar a produção das principais culturas, entre eles”, explica.


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