Não. A produção orgânica vai além da não utilização de agrotóxicos. O cultivo deve respeitar aspectos ambientais, sociais, culturais e econômicos, garantindo um sistema agropecuário sustentável.
O mito de que o produto orgânico é menor, ou mais feio, já foi superado pela produção orgânica. O consumidor deve exigir qualidade ao adquirir esses produtos.
A agricultura orgânica costuma ser relacionada a produções em pequena
escala. Desde a década de 1970, quando o processo orgânico começou a ser
difundido no meio acadêmico e científico, novas tecnologias foram
desenvolvidas e estudos realizados para possibilitar produções em grande
escala e evitar pragas e doenças sem a utilização de agrotóxicos. Esse
processo evolutivo pode ser observado em culturas como a do café, cana-deaçúcar e morango.
Alimentos hidropônicos têm um processo de produção diferente ao processo
proposto pela agricultura orgânica. Na hidroponia podem ser utilizados
agrotóxicos. Os hidropônicos são caracterizados pelo cultivo direto na água,
enquanto a agricultura orgânica trabalha com o solo como organismo vivo. Na
hidroponia, fertilizantes altamente solúveis, proibidos pela agricultura orgânica,
são colocados na água e absorvidos pelas raízes das plantas.
Conforme a legislação brasileira, em vigor desde janeiro de 2011, o consumidor
reconhece o produto orgânico através do selo brasileiro ou pela declaração de
cadastro do produtor orgânico familiar. Todo produto orgânico vendido em lojas
e mercados tem que apresentar o selo em seu rótulo. Já o agricultor familiar
precisa vender seus produtos diretamente, para que o consumidor possa
estabelecer uma relação de confiança com ele ao comprar seus produtos na
feira.
Sim. Para serem considerados orgânicos, o processo de industrialização deve
respeitar as normas de fabricação para evitar qualquer contaminação do
produto com substâncias indesejadas. Seus ingredientes devem ser
inofensivos à saúde do consumidor. Para ser considerado orgânico, o produto
deve ser composto de no mínimo 95 % de ingredientes orgânicos. Os que têm
proporção menor só podem ser chamados de “produto com ingredientes
orgânicos” e essa porção tem que ser de, no mínimo, 70 %. Já os com menos
de 70 % de ingredientes orgânicos não podem ser vendidos como tal e não
podem ter o selo brasileiro.
A partir de janeiro de 2011, todo produto orgânico comercializado em lojas e
mercados tem que apresentar o selo brasileiro em sua embalagem. Mas, por
algum tempo, podem ser encontrados produtos orgânicos sem o selo brasileiro
porque foram adquiridos pelas lojas e mercados no ano de 2010, quando as
normas ainda não estavam em vigor